Modelo de relacionamento poliamoroso chama atenção em Florianópolis e levanta debates sobre afetos, sexualidade e novos formatos de família

Quatro adultos, duas mulheres e dois homens, vivem sob o mesmo teto, criam filhos em conjunto, dividem as responsabilidades do lar e, além de tudo isso, trabalham juntos. O que poderia parecer o enredo de uma série alternativa é, na verdade, o cotidiano do quadrisal Macettare, como se identificam nas redes sociais. “Uma família nada tradicional”é assim que se definem. O grupo, natural de Florianópolis, tem ganhado notoriedade ao compartilhar no TikTok e Instagram cenas do dia a dia, reflexões sobre afeto, e detalhes de como constroem, em parceria, uma vida baseada na não monogamia ética. Mais do que companheiros amorosos, o quadrisal é também um coletivo profissional: juntos, produzem conteúdo adulto, combinando trabalho e vida afetiva em uma dinâmica que intriga e conquista seguidores.
A reportagem do portal UOL Universa foi a responsável por trazer à tona os bastidores da rotina do quadrisal, que passou a viralizar na internet por desafiar os moldes convencionais de relacionamento e parentalidade. A matéria, publicada no último sábado (10), revela como os quatro se organizam emocional e logisticamente para manter a relação estável e funcional e como lidam com o assédio e os julgamentos externos.“Não é sobre promiscuidade. É sobre afeto plural, honestidade e liberdade de escolha”, afirmam em uma das postagens. O perfil nas redes, além de atrair curiosos, funciona como canal de educação sexual e desconstrução de estigmas.
Apesar de modelos familiares diversos existirem há séculos, a visibilidade que casos como o do quadrisal Macettare têm alcançado reforça um debate necessário: o que, afinal, define uma família?
Especialistas apontam que o conceito de família, historicamente atrelado à união heteronormativa e monogâmica, vem sendo ressignificado por grupos que vivem arranjos mais flexíveis, éticos e transparentes. O poliamor, modalidade relacional em que há mais de um envolvimento afetivo e sexual, com consentimento de todas as partes, é um desses exemplos.
Segundo a psicóloga e terapeuta de relacionamentos Isabela Teles, o interesse crescente por novas formas de amar está relacionado à necessidade de autenticidade, diálogo e pluralidade. “As pessoas estão menos dispostas a viver em estruturas rígidas. A afetividade hoje busca conexão verdadeira e acordos honestos não necessariamente exclusividade”, analisa.
A exposição nas redes, no entanto, nem sempre é fácil. Em suas publicações, o quadrisal relata episódios de julgamento, preconceito e até ataques morais por parte de seguidores que não compreendem ou não aceitam o modelo relacional. Ainda assim, seguem firmes em sua proposta de usar a visibilidade como ferramenta de normalização e debate.
A experiência dos quatro se soma a tantas outras que mostram que os afetos contemporâneos estão em movimento. O que antes era rotulado como “alternativo” hoje é parte da paisagem relacional de uma geração que busca viver com mais liberdade e menos culpa.
Modelos como o quadrisal Macettare mostram que o amor pode ser múltiplo, ético e funcional, mesmo que ainda incomode estruturas tradicionais. E é justamente por isso que lugares como a Revolution Swing Club têm se consolidado como espaços seguros para vivências afetivas e sexuais fora dos padrões.
Na Revolution, não importa sua configuração de casal, se são dois, três, quatro ou mais. O que importa é o respeito, o consentimento e o desejo de viver relações livres, autênticas e conscientes. Aqui, todas as formas de prazer e afeto são bem-vindas, porque acreditamos que **amar com liberdade é também um ato de coragem.

Fonte: https://www.uol.com.br/universa/noticias/redacao/2025/05/10/quadrisal.htm

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